Caríssimos irmãos e irmãs, de acordo com a liturgia de hoje celebramos o sexto domingo do tempo comum, e o Senhor nos convida a mesa Palavra e da Eucaristia para que “Deus seja tudo em todos” (1Cor 15, 22-28).
Pela força do seu Espírito, o Senhor vem nos falar ao coração e nos curar de todas as enfermidades físicas e espirituais. Contudo, escutamos na primeira leitura (Lv 13, 1.44-46) a má conduta da religião sem vida e sem esperança que legítima a doença para excluir do convívio social os que mais necessitam de cuidados e a atenção. E o pior, o autor do levítico (13) coloca na boca do Senhor a ordem de exclusão: “O homem atingido por este mal andará em desordem e barba coberta, gritando: ‘Impuro! Impuro! ” (Lv 13, 45).
Deus é bom o tempo todo! Ele não exclui ninguém da comunidade, ama a todos e quer o seu bem. Ao contrário da religião cheia de preconceitos, que exclui aqueles que carregam na pele algum tipo de inflamação.
Com efeito, no santo Evangelho deste domingo (Mc 1, 40-45) a ternura do Senhor toca naqueles que eram excluídos, isto é, marginalizados pela sociedade, esquecidos pelo sistema religioso e esquecidos pelo poder público. Se, de fato, o leproso da primeira leitura não tinha consciência de que era vítima do sistema político e religioso. Sua submissão legitimava a sua própria exclusão: ‘Sou impuro! ’
Aqui no evangelho de hoje, o leproso cujo nome não sabemos, simboliza a lepra da humanidade que agora chegou perto de Jesus, o Verbo da vida e de joelhos pediu: “Se queres tens o poder de curam-me”. Jesus cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse “Eu quero, fica curado! ” (Mc 1, 40-41).
Portanto, Jesus rompe com o sistema político e religioso e revela a verdadeira face misericordiosa de Deus Pai. O leproso que antes vivia na solidão, carrega na geografia do seu corpo a marca da exclusão e do preconceito. Se antes, o leproso vivia fora do convívio social pelo fato de ser um impuro, segundo a lei. Agora, Jesus devolve-lhe a dignidade e a saúde do coração. E em ação de graças Deus fez desaparecer a lepra que o paralisava e o curou completamente porque a sua misericórdia é infinita.
Por Padre Rivaldo Oliveira, CSC