“Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2)
Amado povo de Deus, hoje celebramos com feliz esperança a Solenidade da Epifania do Senhor. Na realidade, o que significa a Epifania? “Epifania” significa aparição ou apresentação, isto é, manifestação divina segundo a lógica da tradição bíblica.
Com efeito, a gloriosa manifestação do Senhor Deus chegou a nós, como predissera o profeta Isaías: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor” (Is 60,1-6). De fato, o que estava oculto e em profundo segredo brilhará sobre Jerusalém e de Jerusalém iluminará os confins da humanidade.
Portanto, Deus decide sair do seu eterno segredo, e ainda manifesta-se na história com seu eterno poder misericordioso. E a sua gloriosa apresentação destruirá as “nuvens escuras” e as trevas que paralisavam Jerusalém, a misericórdia e o esplendor da glória de Deus fará brotar nova vida e um novo broto de esperança. Todos os povos dirigirão os seus olhares para Jerusalém e verão a encarnação do amor na história sagrada da humanidade.
Como se vê, muitos virão para contemplar o agir de Deus dentro da história.
Deus nos concedeu tão grande graça através do seu plano de salvação e de amor, manifestando também o seu mistério redentor. Assim, reza o apóstolo Paulo na carta aos efésios – Ef 3,2-3a. 5-6: “Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas; os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho”.
Contudo, a manifestação e a autocomunicação de Deus ao gênero humano em Jesus Cristo é para todos, exatamente todos. Assim, exalta o salmista: “As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor! (Sl 71).
No Santo Evangelho de hoje Mt 2, 1-12 – O menino que nascera na noite santa em Belém da Judeia, agora, é digno de louvor e adoração, pois recorrem a Ele todos os povos da terra para oferecer-lhes: “ouro, incenso e mirra” (Mt. 2, 1-12).
Assim professam os reis magos: “Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2), suscitando, contudo, desta forma, alegria de uns e ira de outros (v. 3). Mas nada impedirá que o verdadeiro luzeiro brilhe no oriente da humanidade e arranque Israel da nuvem escura e das águas lamacentas do pecado, da fúria, do ódio e da vingança, para que brilhe para sempre a verdadeira Estrela reluzente!
Por Padre Rivaldo Oliveira, CSC