[vc_row][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][agni_image img_url=”6484″ alignment=”center” img_link=”1″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_tta_tabs][vc_tta_section title=”Artigo” tab_id=”1654782610132-910a9098-fa3c”][vc_column_text]A liturgia da palavra na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus neste ano litúrgico C nos apresenta a imagem do pastor. Esta, em sua realidade primeira, como se pode ler em passagens do Antigo Testamento, aparece associada a Deus, que tomou a iniciativa de vir ao encontro de seu povo para libertá-lo, salvá-lo, protegê-lo de falsos pastores (cf. Ez 35,1ss) e fazê-lo repousar em verdes prados (cf. Sl 22,2). A partir do Novo Testamento, a figura do pastor aparece relacionada a Jesus Cristo, aquele que veio do Pai para pastorear suas ovelhas, afirmou ser o bom pastor do povo de Deus (cf. Jo 10,11) e como pastor agiu (cf. Lc 15,1-7).
Da imagem do pastor, pode-se extrair o essencial da solenidade do Coração de Jesus: a manifestação da misericórdia divina tornada concretude no mistério da encarnação do Verbo eterno. Ao irromper na nossa história humana, Jesus Cristo nos revelou o amor de Deus por nós e o consumou em sua entrega na cruz pela nossa libertação e redenção. De fato, como encontramos na Dei Verbum, Jesus Cristo é a plenitude da revelação de Deus. Nele, o homem entra em relação íntima com Deus, com a misericórdia do Senhor, como, em palavras semelhantes, afirmou o Papa Francisco ao proclamar o Ano da Misericórdia: Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. (Misericordiae Vultus. Bula de proclamação do Jubileu extraordinário da Misericórdia).
No Coração de Jesus vemos a síntese da imagem do Deus Pastor, tanto naquele que nada reserva para si, mas se dá todo ao Pai em benefício da humanidade, quanto a manifestação da abundância da misericórdia divina, levada ao extremo da vida: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. ” (Jo 13,1). Jesus Cristo não nos amou só de boca, nem com palavras, mas em verdade e com grande caridade, doando-se como oferta agradável a Deus para a salvação da humanidade, desde agora e para sempre, isto é, nos concedendo o perdão de nossos pecados, erguendo-nos de nossas quedas, animando-nos na caminhada, sustentando-nos em situações difíceis, caminhando conosco. A misericórdia de Deus é desde sempre e para sempre- o traço mais notável de seu pastoreio entre seu povo, entre nós, celebrada e reconhecida desde tempos antigos. (Cf. Ex 34,6-7; Sl 145; Sl 103). Não podemos ficar indiferentes a tão grande amor!
Que proveito tiramos de tudo isso para nossa vida em Santa Cruz, especialmente os padres e religiosos seminaristas, aos quais o nosso Fundador confiou o cultivo da espiritualidade e da devoção ao Sagrado Coração de Jesus? Além de ser um dia propício para renovar, no Coração de Cristo, a nossa vocação e nossa atuação missionária, é também uma oportunidade para reavivar em nós o propósito de levar o amor misericordioso de Deus, refletido no Sagrado Coração, a tantos quantos nos encontrarmos nesta vida, quer seja em nosso labor pastoral, quer seja em outras dimensões da nossa vida.
Somos embaixadores da misericórdia do Senhor (cf. 2Cor 5,20). Essa é, de modo todo particular, o específico do ministério sacerdotal a ser vivido por meio dos sacramentos celebrados e do anúncio do Evangelho. É certo que, como afirmou o Concílio Vaticano II, todo batizado torna-se participante da vida de Cristo e, portanto, tem o dever de anunciar a misericórdia de Deus por meio das muitas atividades pastorais e missionárias assumidas na Igreja, pelo modo de viver a fé com fidelidade e amor na esfera religiosa e em outras dimensões da vida. Com efeito, tudo que é vivido e assumido com a caridade de Cristo torna-se extensão de sua misericórdia.
No entanto, além do batismo, que incumbe, a quantos o recebem, o testemunho da misericórdia divina, há aqueles chamados pelo Senhor, a fim de que, por meio da Eucaristia, da Unção dos Enfermos e, de maneira especial, da Penitência, a misericórdia divina seja constantemente derramada nos corações dos seres humanos até a consumação dos tempos. Faz-nos bem recordar as palavras do Papa Francisco na Celebração Penitencial na ocasião da Solenidade da Anunciação do Senhor: E então, queridos irmãos e irmãs, aproximemo-nos para receber o perdão. Vós, irmãos que administrais o perdão de Deus, sede aqueles que oferecem a quem se aproxima de vós a alegria deste anúncio: Alegra-te, o Senhor está contigo. Sem qualquer rigidez, por favor, sem criar obstáculos nem incómodos; portas abertas à misericórdia! De forma especial na Confissão, somos chamados a personificar o Bom Pastor que toma as suas ovelhas nos braços e as acaricia; somos chamados a ser canais de graça que derramam, na aridez do coração, a água viva da misericórdia do Pai. Se um sacerdote não tem este comportamento, se não tem estes sentimentos no coração, é melhor que não vá confessar. (Celebração da Penitência com o Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria, 25-03-2022).
Cada batizado, cada religioso consagrado é chamado a renovar o seu sim a Cristo e a Ele procurar conformar toda sua vida, a se configurar ao Coração de Jesus. Claro que isso não é um mérito nem fruto do esforço humano, mas é graça de Deus a ser acolhida por cada um de nós. E é chamado a fazê-lo para exercer, com grande humildade, zelo, dedicação e amor, o anúncio do Evangelho da salvação. No nosso caso, religiosos em Santa Cruz devemos, além de levar adiante a espiritualidade e devoção do Sagrado Coração de Jesus, de propagar a misericórdia do Senhor e de colaborar no pastoreio de Cristo por meio da consagração de nossa vida a Deus pela profissão dos votos, do carisma da nossa Congregação, do legado missionário deixado pelo nosso Fundador, isto é, a missão além-fronteiras e educação integral na fé em escolas, paróquias, formação, obras sociais, nós religiosos sacerdotes em Santa Cruz, devemos também exercer o mandato de Cristo, fazendo com que sua misericórdia se torne sacramentalmente presente, exercendo com diligência o ministério ordenado que nos foi confiado pela Igreja. Haveremos de nos assemelhar ao Coração de Jesus pelo sacramento da ordem, primeiro agradecendo imensamente esse dom particular recebido do Alto e depois vivendo-o, não em benefício próprio, nem numa atitude de sobreposição na vida em Comunidade Religiosa.
Assim sendo, ao celebrar a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, somos chamados a reconhecer em Cristo a primazia da nossa vocação batismal, religiosa e sacerdotal e a tomada de consciência de nossa identidade como religiosos e padres em Santa Cruz, graças ao chamado do Senhor, que também nos obsequiou com o dom do sacramento da ordem. Louvemos ao Coração de Jesus por nos atrair a Si, pela Vida Religiosa e Vida Fraterna em Santa Cruz e peçamos a intercessão do Beato Basílio Moreau pela Congregação de Santa Cruz no Brasil e no mundo. [/vc_column_text][/vc_tta_section][vc_tta_section title=”Oração ” tab_id=”1654782610132-c99a12e9-ba8f”][vc_column_text]Sagrado Coração de Jesus, que continuamente Vos ofereceis ao Pai pela salvação da humanidade e estais constantemente a nos abençoar e atrair ao Vosso Coração de amor, nós Vos agradecemos pela Vossa infinita misericórdia, com que nos cumulais todos os dias em nossas vidas.
Concedei, Vos pedimos, à Vossa Igreja, um tempo de graça e de renovação espiritual, de unidade e paz, a fim de que ela manifeste a santidade do Vosso Sacratíssimo Coração no mundo e, por meio de sua ação sacramental, os seres humanos encontrem em Vós a misericórdia e o perdão.
Abençoai a Congregação de Santa Cruz e tornai fecunda sua missão, no mundo, de educar mentes e corações para a sociedade e para o Vosso Reino de amor e paz, que está entre nós e ainda há de vir.
Infundi em nós, religiosos em Santa Cruz, Vossa graça para ainda mais nos conformar a Vós; Vossa sabedoria e força para escolher e seguir, com determinação e fidelidade, Vossos caminhos. Em Vós, ó Coração de Jesus, depositamos o presente e o futuro da Congregação de Santa Cruz, como também nossos anseios, alegrias, esperanças e preocupações, nossos apostolados e todo o nosso viver.
Enviai à Vossa Igreja e à Congregação de Santa Cruz, santas e generosas vocações, para que a santidade do Vosso Coração seja anunciada a todos os povos. [/vc_column_text][/vc_tta_section][/vc_tta_tabs][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row]