O âmago do Evangelho desde domingo (Mc 9,2-10), é o tema da transfiguração do Senhor, como fonte de luz e ícone de esperança para a humanidade. De fato, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e os leva consigo para um lugar à parte, isto é, a uma montanha. Por que os três e não os outros? Por que esse lugar à parte era uma montanha? Levar a montanha é levá-los ao encontro com Deus na pessoa de Jesus Cristo, e encontrar-se com Deus para tomar consciência dos desafios da missão.
A transfiguração de Jesus no penhor da montanha revela a grandeza de Deus em Jesus Cristo e tudo isso só é possível porque Deus nos ama em profundidade.
Contudo, os discípulos por não compreenderem esta gloriosa e triunfante manifestação do Senhor, em sua essência, pareciam não terem saído do meio da multidão, permanecendo em sua pequenez e no seu atrofiamento espiritual. Querem construir uma tenda para o Senhor, não compreenderam que a verdadeira tenda é Jesus, fonte e luz do mundo.
Os discípulos encontram-se na imaturidade da fé, todavia, pensam como os demais… querem eternizar esse momento da transfiguração, armando uma tenda para o Senhor. No entanto, esse não é o ponto essencial da transfiguração, pois transfigurar-se significa revelar a grandeza de Deus que outrora encontrava-se em absoluto segredo.
Portanto, o apelo que a liturgia deste domingo nos apresenta é deixarmos de lado o artificial, as orações sem esperança e uma fé sem profecia e unção. O mundo precisa conhecer o verdadeiro tesouro que, hoje, brilha no oriente da nossa vida para que sejamos sal e luz do mundo.
Por Padre Rivaldo Oliveira, CSC