Amados irmãos, amadas irmãs, estamos no quarto domingo do tempo comum, e o Senhor nos convida à mesa da Palavra e da Eucaristia, para crescermos, espiritualmente, na fé e no amor de Deus que nos ‘amou por primeiro’.
Como vemos, Deus cumprirá suas promessas na história, falando a Moisés: “Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhes mandar” (Dt 18, 18).
Pelo poder do Espírito Santo, Deus fará brotar do velho tronco do judaísmo, nova vida e vida na mais terna esperança. Em meio ao caos, desesperança e a falta de fé do povo de Deus, no monte Horeb, quando os israelitas endurecem o coração para não mais escutarem a Deus, dizendo: “Não quero mais escutar a voz do Senhor meu Deus, nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo” (Dt 18, 16).
Contudo, Deus fará justiça e pedirá contas a quem não escutar a sua voz, como bem disse o profeta Moisés: “ O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar” (Dt 18, 15). Quem é este profeta que o Senhor irá enviar, à face da terra? Qual a sua missão? O que nos comunicará?
Com efeito, no Santo Evangelho deste domingo (Mc 1,21-28) vemos como a promessa feita a Moisés (Dt 18, 18). O profeta que o Senhor Deus prometeu enviar como predissera Moisés, é Jesus Cristo, o novo Moisés e, portanto, superior ao próprio Moisés.
Jesus, a sabedoria de Deus encarnada na história, agora, em Cafarnaum, ‘num dia de sábado’, põe-se a ensinar, com maestria, a palavra de Deus e a comunicá-la aos corações endurecidos e sem vida. E todos aqueles que se abriam para escutar, ficaram maravilhados com os ensinamentos do Senhor que lhes falava revestido de autoridade e sabedoria.
Não como os mestres da lei, que eram incapazes de perceberem o agir de Deus dentro da história. Conheciam as leis, as normas, as doutrinas, os templos, mas não conheciam, verdadeiramente, o Senhor que se fez homem para habitar em nosso meio (Jo 1, 14-17).
Jesus Cristo, o profeta de Deus por excelência, como advertiu o profeta Moisés ao se dirigir ao povo de Deus, é a ele que devemos escutar (Dt 18, 15)! E, ainda mais, até os maus espíritos sabem quem é o Filho do Homem e o seu poder. A palavra de Deus proferida por Jesus Cristo, incomodava aos mestres da lei, assim como os maus espíritos que buscavam meios para impedir o que o Senhor Deus lhes mandou comunicar.
Portanto, Deus cumpriu com as suas promessas, enviou-nos o seu único Filho, o novo Moisés, e com autoridade e poder expulsou o mau espírito e as trevas da morte que paralisavam a vida humana. Então, Jesus fez calar o aguilhão da morte: “Cala-te e sai dele! ”. Jesus Cristo revelou o poder e a glória de Deus. E, todos ficavam admirados com o seu poder e com a sua autoridade de ensinar e expulsar tudo aquilo que nos impede de perceber a ação de Deus em nossa vida.
Por Padre Rivaldo Oliveira, CSC