Religiosos da Congregação de Santa Cruz e educadores do Programa Jaguaré Caminhos viveram, no Quilombo Mandira, no litoral sul de São Paulo, uma experiência marcada pelo encontro, pela escuta e pelo reconhecimento da força de um povo que mantém viva sua história, sua cultura e sua relação com a criação de Deus.
Recebidos pelo senhor Chico Mandira, liderança da comunidade e guardião da memória do território, o grupo pôde conhecer de perto a resistência e a sabedoria quilombola, que nos falam sobre o cuidado com a vida, a sustentabilidade e uma fé que se traduz em luta e esperança. Cada palavra partilhada, cada espaço visitado, como o berçário de ostras e as ruínas do antigo povoado, trouxe à tona reflexões sobre identidade, pertencimento e a importância do trabalho coletivo para a construção de um futuro mais justo e solidário.
A vivência, que fez parte do processo formativo do Programa Jaguaré caminhos, foi um verdadeiro exercício de espiritualidade encarnada: uma oportunidade de unir passado e presente, memória e compromisso, tradição e missão. À luz dos princípios de nosso fundador, Beato Moreau, fomos chamados a perceber que educar é mais do que transmitir conhecimento: é formar corações abertos à vida e atentos às necessidades do mundo.
Os participantes retornaram com o coração renovado, reconhecendo que o encontro com o Quilombo Mandira foi também um convite a fortalecer nossa presença junto às comunidades, aprendendo com elas e testemunhando a Boa Nova de Cristo. Também reafirmam que a missão da Congregação de Santa Cruz é, sobretudo, ser presença de esperança, semeando no presente as sementes que transformarão o amanhã.

