Nossa Senhora das 7 dores

Artigo por José Soares, CSC

Queridos irmãos em Santa Cruz, como sabemos, dia 15 de setembro a Igreja faz memória de Nossa Senhora das Dores. Para a Igreja é uma memória intrinsicamente relacionada a festa da Exaltação da Santa Cruz que é celebrada um dia antes, 14 de setembro. É a Maria, mulher da resiliência que aos pés da Cruz de seu Filho (Cf. Jo 19, 25-27), não se curvou a dor, e crendo que ali não era o fim, tornou-se para nós referência de esperança e confiança em Deus.

Para nós, na Congregação de Santa Cruz, este dia não é apenas uma memória, mas uma verdadeira solenidade. Como todos nós sabemos, o próprio Beato Moreau, nosso pai fundador, nos consagrou a ela como filhos em Santa Cruz. Portanto, Nossa Senhora das Dores, a quem celebramos, é nossa Mãe, Mestra e Padroeira.

A devoção a Maria, na dimensão da piedade popular, são as súplicas e pedidos, geralmente dos mais simples, entre os filhos e filhas de Deus que confiam na intercessão de uma mãe muito amada cujo filho único, muito amado, jamais recusaria o pedido de sua mãe. Entre as orações devocionais encontramos na igreja a meditação da coroa das sete dores de Maria. Brevemente citarei cada uma delas:

1. A profecia de Simeão sobre Jesus. (Lc 2, 34-35);

2. A perseguição de Herodes e a fuga da Sagrada Família para o Egito. (Mt 2, 13-21);

3.  A perda do Menino Jesus no Templo de Jerusalém durante três dias. (Lc 2, 41-51);

4.  Encontro de Maria com Jesus carregando a Cruz, a caminho do Calvário. (Lc 2, 41-51);

5.  Maria observando o sofrimento e a morte de Jesus na cruz. (Jo 19, 25-27).;

6.  Maria recebe em seus braços o corpo do seu filho morto tirado da cruz. (Mt 27, 55-61); 

7.  Maria observa quando depositaram o corpo de Jesus no sepulcro, ficando Ela em triste solidão. (Lc 23, 55-56).

Como podemos perceber, as dores de Maria estão todas relacionadas única e exclusivamente a Cristo, Seu Filho e Nosso Senhor. Ele é a razão de sua vida e deste modo também deve ser a razão da nossa. Porém, para nós, em Santa Cruz, qual é a espiritualidade e a mística que a Mãe das Dores nos oferece para compreender o mistério do Cristo Salvador? Para responder a esta pergunta cito de forma literária as palavras de nosso fundador que disse:

“Depois do coração do nosso Divino Salvador, o de Maria foi o mais terno e amoroso que se pode imaginar. Entender um pouquinho da emoção conhecida como amor de mãe, o amor de uma mãe pelos filhos a quem ela havia dado à luz. O amor de uma mãe sempre a leva a pensar nos seus filhos e trabalhar pela felicidade deles. Esta é apenas uma imagem pouco nítida que serve apenas de comparação para nos revelar o tão grande amor que Maria sente por nós, seus filhos. Pois tamanho é o amor com que Maria nos ama desde o dia em que nos adotou como seus próprios filhos aos pés da cruz de Jesus”. (Sermões do Padre Moreau).

É essa a espiritualidade e mística que encontramos em Maria, sua Santa Maternidade. A Virgem sob o título de Nossa Senhora das Dores não é a mulher da dor ou do sofrimento, mas a Mãe da Esperança. Esperança esta que a fez ficar de pé sob a cruz de seu único e adorado filho (Cf. Jo 19, 25-27). A mística que recebemos da Virgem das Dores é fruto de uma espiritualidade ativa de quem por amor colocou-se à disposição do Senhor para colaborar na construção do seu Reino. A Virgem Dolorosa é a Mestra da Paciência, alguém que colocou sua vida nas mãos da Divina Providência e que nos faz imaginar que, no céu, ela acolheu com carinho e ternura o título de Padroeira da família religiosa que lhe foi confiada, a Congregação de Santa Cruz.

Oremos juntos: “Virgem Maria e Mãe das Dores, ajuda-nos nesta caminhada de fé, cujo destino final é contemplar a glória de teu Divino Filho e Nosso Salvador, Jesus Cristo. Que ao contemplar tua vida, ó Maria, tuas dores reflitam em nós tua força e resiliência. Virgem Mãe das Dores, rogai por nós.”


Seminarista José Soares, CSC

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